Às vezes, a felicidade está mais perto do que imaginamos. Abra o coração, valorize os momentos simples e viva com amor e verdade.
Cada ser humano nota em si mesmo a constante presença de um desejo: o desejo de ser feliz. Contudo, o nome que damos a essa presença constante é, quase sempre, impreciso. Chamamos de felicidade aquilo que, muitas vezes, não é mais do que um aceno distante no horizonte, uma promessa que nunca se cumpre por completo, algo que perseguimos sem compreender, e que, por isso mesmo, se dissolve entre os dedos como a brisa tênue de um entardecer. A vida moderna, com seu ritmo implacável, sabota o discernimento e nos arrasta para uma existência tão ocupada que já não percebemos que, na tentativa ansiosa de preencher o tempo, criamos espaços vazios dentro de nós. Procuramos respostas por todos os lados — nas vitrines reluzentes, nas palavras que colecionamos, nos títulos que ostentamos — e ignoramos que, na maior parte das vezes, o que nos falta não é uma resposta, mas um reencontro. Como alguém que retorna à própria casa depois de uma tempestade e a encontra em transformada, começamos, silenciosamente, a recolocar cada coisa em seu devido lugar.
A verdade costuma ser simples demais para chamar atenção. Aquilo que poderia nos oferecer uma alegria genuína não grita, não brilha, não promete conquistas. Permanece ali, discreto, como um objeto familiar esquecido sobre a mesa. Quando o coração enfim se aquieta, parece desenvolver a capacidade de perceber esses sinais pequenos: o riso que nasce sem esforço, a paz leve que surge apenas da presença, o calor de um gesto bondoso que não exige retribuição. Não se trata de acúmulo, mas de escuta; não exige saber mais, mas compreender melhor. Não é por acaso que o exemplo mais nobre já oferecido à humanidade tenha escolhido a companhia dos simples — daqueles que não se escondiam atrás de títulos, doutrinas ou aparências, e que compreendiam, com limpidez, o valor da ternura, da honestidade e da presença inteira.
Há uma força interior que orienta silenciosamente quem caminha com intenção reta. É possível saber muito pouco sobre o mundo e, ainda assim, perceber tudo o que realmente importa. A sabedoria jamais foi privilégio dos eruditos; é a recompensa concedida aos que se dispõem a ouvir. A felicidade — essa luz da manhã que não pertence a ninguém, mas se oferece a todos — não exige nada além de um coração disposto a acolhê-la. Ela se manifesta nos instantes que não se fotografam, nas ações que ninguém vê, nas coisas que não se publicam e que, paradoxalmente, são as únicas que permanecem.
Talvez seja hora de parar. Não para desistir, mas para perceber. A árvore que floresce não faz barulho; o bem que transforma não se impõe. O mundo pode continuar correndo como sempre fez. Mas você, ao escolher desacelerar, começa a ver. E ao ver, começa a viver de outro modo. No gesto invisível mora o sentido. E é no silêncio que a verdadeira alegria encontra, enfim, a sua voz.
1 - ESTÁ NA HORA DE DESCOBRIR ALGO NOVO.